quinta-feira, 21 de março de 2013

Em dia de combate ao preconceito racial Feliciano diz que não sai

Hoje, dia do combate contra a discriminação racial, apesar dos avanços na área do direito e também na sociedade de uma forma geral, as medidas adotadas ainda não são suficientes e a desigualdade permanece, seja pela ineficácia da lei, seja pelos investimentos feitos de forma errôneas ou sem ordenamento concreto. Hoje, em entrevista ao portal IG, Luiza Bairros, ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial  (veja) diz que vê risco na escolha do pastor Marco Feliciano na Comissão de Direitos Humanos, ela vê isso como uma resistência na aplicação das leis com relação à discriminação e critica cotas 'perversas' do governo paulista. Ontem foi mais um dia marcado por manifestações na Câmara, manifestantes, opositores e até mesmo aliados pedem a renúncia do pastor Marco Feliciano da presidência da Comissão dos direitos Humanos e das Minorias, hoje maior parte dos sites de notícias do país trazem com destaque a pressão vivenciada dos últimos dias  para pressionar Feliciano a se desligar da Comissão. Mesmo assim ele segue inerte e diz que vai manter-se no cargo com ou sem pressão. Ontem a Folha de São Paulo publicou a posição do presidente da Câmara dos deputados, Henrique Eduardo Alves, que se reunião com lideranças do PSC, partido de Feliciano, e pediu que o convençam a renunciar pelo bem de todos. (Leia). Para o Portal IgFeliciano disse ontem que fica no cargo mesmo sob pressão, mas fontes ligadas a lideranças do partido afirmaram que o pastor tenta um acordo para renunciar. A revista Veja também discorre sobre o assunto e fala do fiasco da sessão de ontem e da posição do mesmo que é manter-se presidente, seja como for.

As manifestações de revolta e repúdio se intensificaram depois que Feliciano divulgou um vídeo divulgado pela produtora que presta serviços ao pastor, no vídeo, ele ataca opositores  e os acusam de preconceito contra cristãos, violência e apologia à pedofilia entre outros. ConfiraO problema do preconceito seja qual for está enraizado no seio da sociedade é muito difícil combater. Uma pergunta que devemos fazer é: Porque um casal homossexual incomoda? Porque uma pessoa não pode ser diferente das outras, por acaso somos clones? Temos de respeitar a posição e escolha de cada um para que o outro nos respeitem também, é assim que funciona. Os movimentos nas redes sociais tem ajudado muito a conscientizar e também a movimentar as pessoas, ajudam em protestos, reivindicações e até em elaborações de petições públicas. As pessoas estão se renovando e isso é muito bom para o desenvolvimento de todos nós e para a democracia do Brasil. O Brasil é um pais relativamente novo e nosso sistema jurídico segue as mudanças e necessidades de nosso tempo. Manifestações como as que estamos presenciando contra Marco Feliciano, por exemplo, só demonstra que a sociedade está mais atenta a seus direitos e deveres, assim como da necessidade de união para o bem comum. Temos de participar ativamente do processo para que de alguma forma possamos cobrar, formar opiniões ou até mesmo mudar alguma coisa. O processo político não pode se restringir ao dia da votação, ele se estende por todo o mandato do candidato eleito assim como os que ele indica etc.

Durante pesquisas sobre o caso específico de Feliciano nota-se claramente que a revolta não é por conta de uma religião ou por um motivo distinto, o confronto é moral, vídeos, enunciados e discursos do pastor mostram claramente o perfil e ideal, algumas imagens e citações do mesmo chegam a chocar. Discurso feito em novembro do ano passado ele simplesmente diz:
“Negro é negro e não pode mudar, diferente dos homossexuais” É uma situação constrangedora. Mas como foi que ele conseguiu chegar até lá? Eis a questão. Feliciano alega ser perseguido por citações do passado, mas dia a dia ele enfatiza ainda mais seu preconceito, não consegue esconder ou disfarçar. 

Enquanto isso deputados votam reajuste e mais cargos

 No meio a turbulências do caso de Feliciano, se renuncia ou não, muita coisa acontece no cenário político do país e não pode passar despercebido, a Folha publicou ontem (leia) matéria sobre o reajuste da chamada cota mensal de atividades parlamentares que são usadas para cobrir gastos dos deputados como  viagens, telefone, moradia, transportes etc...  Estudo preliminar revela que esse aumento elevará os custos, pasmem,  em R$ 23 milhões/ano chegando a ser o valor de R$ 37.700 de ajuda para os deputados do Acre por exemplo, tudo isso pago por nós. Enquanto isso lutamos para sobreviver nesse sistema caótico. Nos países desenvolvidos o parlamentar tem cotas parecidas, mas não têm salários.
Vamos abrir os olhos, tentar enxergar além do que nos é mostrado para o bem de todos. Para refletir:
“Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito”. (Albert Einstein)

“Prefiro ser um homem de paradoxos que um homem de preconceitos.” (Jean Jacques Rousseau)
Ato de repúdio a Marco Feliciano em Bauru
Sábado, dia 6 de abril, às 14h na Câmara Municipal de Bauru.
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